segunda-feira, 21 de março de 2011

"Diga-me com quem tu andas, eu direi quem tu és"

Ainda sobre a "visita do Obama ao Brasil", depois de uma leve análise da sua repercussão e de termos sidos provocados a avaliar o resultado do acontecimento, observamos que, ainda que o evento não tenha colocado o Brasil numa posição de subserviência, (diga-se que devido à postura acertada do Governo Lula em suas relações internacionais) sente-se no ar o clima de tranquilidade pela aprovação do dos EUA aos rumos seguidos pelo Brasil. Como se ele, o chefe mor, estivesse em uma missão superior para avaliação do nosso desempenho.

Sinceramente, esse blog espera que seja apenas uma impressão, resultado de uma suspeita que tem como embasamento o histórico imperialista norte-americano.

Querendo ou não, o posicionamento influente que o Brasil alcançou internacionalmente, o respeito que conquistou, o protagonismo na América do Sul, não deveram-se a uma política de proximidade com os EUA, seja sob o "comando" do Bush ou do Obama, que no fim das contas representam um estado que mantêm a mesma estrutura política-econômica e defende, ainda, seus interesses em detrimento da soberania de outros povos, talvez agora ainda mais arisca, na tentativa de recuperação da crise. Aliás, quais foram mesmo os resultados dessa visita? Ou a pergunta correta seria: o quão importante é o pré-sal para os americanos?

Esse movimento de reaproximação talvez não seja uma tática tão boa, se realmente nosso objetivo for trilhar um caminho rumo à soberania, igualdade e justiça social no Brasil. Como expressa o antigo ditado: "Diga-me com quem tu andas, E eu direi quem tu és!"

E convenhamos, apesar do brilho nos olhos da grande mídia, os EUA não se tratam de um modelo bem sucedido que merece ser seguido.


15 fatos que indicam a maior desigualdade social da história americana. Situação semelhante desencadeou a Grande Depressão (Bussiness Insider - Fonte: Luis Nassif Online )
(Informações de novembro de 2010)
1) O topo de 0,01% da população ganha 976 vezes mais do que 90% dos americanos. (The Nation Online)
2) Metade dos americanos detem somente o 2,5% da riqueza nacional. O 1% mais rico, 33,8% (Institute for Policy Studies)
3) O 1% mais rico detem 50,9% das ações americanas. O 50% mais pobre, 2,5%.
4) Em 1986, o 1% mais rico levava 38% dos ganhos de capital, enquanto que o 80% mais pobre tomava o 25%. Hoje, o 1% mais rico leva quase 58%, e o 80% mais pobre, 13%.
5) Enquanto que na última década os salários dos CEOs cresceram 298,2%, a paga dos trabalhadores aumentou somente 4,3%, e o salário mínimo diminuiu 9,3%.
6) O salário hora promédio se mantém práticamente no mesmo valor real desde 1964 (ao redor de 18 dólares/ hora)
7) A taxa de poupança pessoal caiu de 10,9% em 1982 a 2,7% em 2008 (BoEA)
8) As chances de ascensão social, que na década de 40 eram de 12%, hoje são de menos de 4%
9) Em 1962, o 1% mais rico detinha 125 vezes mais riqueza que a família americana promédio. Hoje a razão é de 190 vezes. (NYT)
10) A carga tributária do 1% mais rico era de mais de 60% em 1968, hoje é de menos de 40%
11) Os EUA redistribuem a riqueza até 3 vezes pior que países desenvolvidos como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Noruega, Holanda, Austrália e Canadá.
12) A diferencia de ingressos entre a população é o dobro dos países da OECD
13) Essa diferença não diminui há 20 anos
14) Onde há maior diferença é perto de Wall Street e do Texas
15) O 1% mais rico viu sua riqueza dobrar desde 1979. O 90% mais pobre experimentou uma diminuição da riqueza.



Rafaela Cruz

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