sexta-feira, 27 de maio de 2011

VLT X BRT - a discussão continua.

Claro que a Copa de 2014 tem sido o principal motivador da discussão sobre qual sistema seria “ideal” para Salvador, BRT [Bus Rapid Transit ou trânsito rápido de automóveis] ou VLT [Veículo Leve sobre Trilho ou Metrô Leve]. Mas gostaria de colocar minha opinião de morador desta mais linda cidade, principalmente por vivenciar os constantes e diários engarrafamentos da Avenida Luiz Viana Filho [mais conhecida como Paralela], além da tumultuada estação Iguatemi, mini-exemplo do que seria o BRT [corredor exclusivo para ônibus], e desta forma apontar outro motivo para que esta questão seja tocada de modo mais ágil pelo poder público: a qualidade de vida das pessoas que dependem do serviço público de transporte.

Não quero colocar em questão a importância de se preparar a cidade para um dos maiores eventos do mundo, apenas tento imaginar como seria, daqui a três anos, sair de São Cristóvão para chegar à Barroquinha às 8h, se pelo caminho não houvesse a preparação da cidade para a Copa de 2014. Certamente essa discussão sobre BRT ou VLT não estaria acontecendo. Por acaso sabe o prefeito de Salvador quanto tempo um trabalhador leva dentro de um ônibus da linha 1034 – Pq. São Cristóvão X Barroquinha – saindo das proximidades do Aeroporto para chegar às proximidades do Palácio Thomé de Souza, em horário de pico?

De qualquer modo, tenho a esperança de que Salvador será uma das cidades mais bem preparadas para a Copa. Tenho certeza que o evento propiciará grandes avanços para a economia local, que gerará empregos e renda, além de muitas outras conquistas para o povo baiano.

Para mim o BRT se define como corredor de ônibus. Logo, imagino esse corredor na Avenida Paralela, da Estação Mussurunga até a Rótula do Abacaxi, interligando-se à Estação [equivocada] Iguatemi. Implantar esse sistema certamente seria mais fácil, rápido e barato do que planejar e distribuir trilhos pela cidade, e sem dúvida os “megaempresários” do serviço de transporte da capital baiana iriam adorar. Entretanto, como se daria o tal BRT para atender os moradores do subúrbio ferroviário? Há possibilidade de estruturar corredor de ônibus na cidade baixa? Onde? Como? Pesa ainda contra o BRT [falando, é claro, com base nos ônibus que temos circulando a cidade] o fato de sua capacidade de transportar ser menor que o metrô, o consumo elevado de combustível poluente e, não sua incapacidade de convencer a classe média a deixar seu veículo em casa e aderir ao transporte de massa.

A verdade é que quaisquer dos dois modais em discussão requerem investimento alto e planejamento. Este um pouco mais do que aquele.

De imediato, penso que o VLT deveria ser posto como principal modal a ser implantado em Salvador e os argumentos são bem simples: 1. VLT tem capacidade de transportar mais pessoas que ônibus; 2. VLT é mais confortável que ônibus; 3. VLT não enfrenta congestionamento; 4. VLT é menos barulhento; 5. VLT utiliza energia renovável, assim polui bem menos; 6. VLT dura mais e consome menos energia, o que possibilita que o valor da tarifa seja quase dez vezes menor que do ônibus; 7. Salvador merece ter finalmente um sistema de metrô (isso é pedir muito?).

Obviamente é possível se conceber os dois modais, VLT e BRT – nesta ordem, diga-se de passagem –, haja vista o que diz o deputado Nelson Pellegrino na entrevista concedida ao Jornal Tribuna da Bahia, publicada no dia 18 de abril deste ano. Entretanto, é fundamental definir qual deles é prioritário.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo brilhante texto! Vemos que a lucidez está em alta em Salvador já que a sociedade está cada vez mais defendendo o transporte sobre trilhos.

    vltemsalvador.blogspot.com

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