Após algum tempo submersa em leituras político econômicas, me atrevi, primeiramente, a reservar um dia para uma leitura mais tranquila, e o maior atrevimento, o de comentar essa leitura impressionante.
Apesar de que, não se foge muito do âmbito político social, na análise do Mujeres de Ojos Grandes, livro de Ángela Mastretta, escritora e periodista mexicana, conhecida por suas abordagens de realidades sociais através de personagens femininos.
Essa obra conta histórias de diversas mulheres, e suas formas de amor, no sentido mais completo dessa palavra, amor a si, a seus homens, ao mar, ao mundo, ao próprio amor.
A autora expressa na obra, características do ambiente conservador de Puelba, cidade do México (sua cidade de origem) fragmentadas nas vidas de algumas mulheres, intensas, e em seus destinos diante de determinada configuração social.
Não cabe a mim contar as histórias, mas não há de se deixar de falar do encanto que é essa leitura, da sinceridade das histórias e da carga de emancipação do amor feminino que há em cada conto, com cada particularidade e cada tipo de emoção.
É uma obra feminista em essência, e por assim ser, traz consigo o amor, intrínseco da alma feminina, porém livre dos paradigmas que cercam os afetos aos olhos da sociedade, e de qualquer limitação que se possa impor a esse sentimento.
Indico a leitura.